A luz como o elemento primordial da arte

Autor: Wilbis W. Paulo
6 de agosto de 2017

    Tudo começa a partir dela. Tudo o que vemos não passa de uma impressão desta incrível e mágica forma de energia, que com seus infinitos comprimentos de onda e intensidade, nos revelam um mundo de infinitas cores, brilhos e formas.
    Cada comprimento de onda representa na verdade uma cor. Um objeto que não emite luz pode ser percebido pela luz refletida por ele. A luz branca é composta por infinitos comprimentos de onda. Quando incide em uma superfície de uma determinada cor, esta superfície absorve a energia de todos os comprimentos de onda, menos a energia da onda de comprimento da cor da superfície, esta é então refletida e chega até nossa retina. Um “objeto negro” é aquele cuja superfície é capaz de absorver totalmente a energia de todos os comprimentos de onda das cores visíveis da luz que incide sobre ele.

Cada imagem que vemos, é o resultado do choque dessas ondas em nossa retina. Nela, dois grupos de fotorreceptores são responsáveis pela leitura dessas ondas.
Os cones formam um conjunto de 6 a 7 milhões de fotorreceptores por olho, capazes de registrar o comprimento de onda da luz que incide sobre ele, são os responsáveis pelas leituras das cores nas imagens formadas na retina. São menos sensíveis, exigindo uma quantidade de luz considerável para realizarem essa leitura.
Os bastonetes, em número bem maior, formam um conjunto de 120 a 150 milhões de fotorreceptores bem mais sensíveis que os cones. São incapazes de detectar variações nos comprimentos de onda da luz que incide sobre eles, por isso não fazem leitura de cor, mas fazem a leitura da energia (intensidade) da luz que incide neles. Por essas características, eles são os responsáveis por nossa visão em locais com pouca luz (visão noturna).

    A fotografia, como a própria origem grega da palavra diz, é o “registro da luz” (phosgraphein; phos – luz; graphein – registro). Não importa se em um papel ou em uma imagem digital, se tratada de forma automática e pré-programada nas modernas câmeras, ou de forma manual. O “registro da luz”, ou seja, a fotografia trará uma nova percepção da cena: uma “nova realidade”; e é nesta “nova realidade” que reside a arte.
    Vou deixar de fora deste assunto a “fotografia mecânica”, que é aquela em que se seleciona na máquina fotográfica um “preset” e um computador pré-programado de fábrica dentro dela executa tudo: lê a luz, ajusta ISO, balanceia o branco, ajusta velocidade do obturador e abertura do diafragma, acrescenta ou tira nitidez, etc. Como dizia meu professor de fotografia: “Fotógrafo é o artista que registra a luz através da sua percepção, não da percepção de um programador ou de um engenheiro.” Segundo ele, a câmera tinha que estar no “manual” e de preferência captação “crua” (raw). O resto. O resultado. Era por conta do artista, tanto na captação quanto no tratamento. Esta é a verdadeira arte da fotografia.

"Fotógrafo é o artista que registra a luz através da sua percepção, não de um programador ou de um engenheiro."

    Vou deixar de fora deste assunto a “fotografia mecânica”, que é aquela em que se seleciona na máquina fotográfica um “preset” e um computador pré-programado de fábrica dentro dela executa tudo: lê a luz, ajusta ISO, balanceia o branco, ajusta velocidade do obturador e abertura do diafragma, acrescenta ou tira nitidez, etc. Como dizia meu professor de fotografia: “Fotógrafo é o artista que registra a luz através da sua percepção, não da percepção de um programador ou de um engenheiro.” Segundo ele, a câmera tinha que estar no “manual” e de preferência captação “crua” (raw). O resto. O resultado. Era por conta do artista, tanto na captação quanto no tratamento. Esta é a verdadeira arte da fotografia.

Primeira fotografia, feita por Joseph Nicéphore Niépce, em 1826 na França.